Pingo Doce poderá ter Salmão Made in Portugal
A aposta da Jerónimo Martins no agroalimentar iniciou-se há seis anos, os frutos vão começar a ser colhidos agora. No passado mês de Fevereiro, foi dado mais um passo importante na produção de bovinos da raça Angus, com a aquisição de uma herdade alentejana em Monte Trigo, a cerca de 30 km de Évora. Passando a produção de bovinos a ser feita em três localizações Alentejo, Barcelos e Cartaxo. Este ano vão ser investidos na produção de bovinos Angus cerca de 5 milhões de euros na construção de pavilhões para engorda intensiva.
Em maio arranca a nova fábrica de laticínios em Portalegre mas as novidades não ficam por aqui, pois deverá surgir uma nova localização para instalar a terceira unidade de aquacultura. Outra dos projectos na calha é a produção de Salmão Made in Portugal que vai ser testado pela Jerónimo Martins.
Este ano todas as áreas de produção vão ter níveis elevados de crescimento , na área de produção da Angus será de 25%, a fábrica de leite de Portalegre permitirá aumentar já este ano entre 30% a 40% a produção de leite, face aos actuais 40 milhões de litros. Em 2019 deverá estar a produzir 100 milhões. A fábrica de leite em Portalegre “vai ser muito focada na produção de leite, natas e manteiga. A partir de maio começa o período experimental e espero que em setembro ou outubro esteja já em pleno e no total da sua capacidade.
Dentro de quatro a cinco anos no conjunto das três localizações de produção de carne Angus vão estar cerca de 15 mil bovinos, que devem assegurar cerca de 70% das vendas de carne Angus do Pingo Doce e do Recheio. António Serrano, o presidente da Jerónimo Martins Agroalimentar afirma que “Quando tivermos os três projetos em perfeitas condições de desenvolvimento, seremos o maior produtor de Portugal e, se calhar, o maior ibérico”, diz. “Temos aqui também uma oportunidade de desenvolvimento do país e do sector, ajudando algumas redes de produtores que trabalham connosco, e aumentando a produção portuguesa, reduzindo importações: na carne de vaca importamos 50% do que consumimos. Tudo o que fizermos aqui tem impacto na nossa balança comercial”. O impacto do projeto no sector sente-se a dois níveis. É que além de comprar vitelos aos produtores nacionais de Angus, para depois os engordar nas herdades durante 14 a 15 meses, a JMA também compra a sua alimentação localmente.
Este ano vão começar a chegar à rede de lojas as primeiras douradas da unidade de aquacultura da Madeira, onde o grupo, em joint venture, investiu cerca de 2,5 milhões; as vendas de robalo vindo de Sines já começaram em 2017. Na Madeira preparam-se para aumentar de 500 para mil toneladas a capacidade de produção, mas as duas unidades estão longe de satisfazer as necessidades do grupo por isso o grupo procura uma nova localização.
No mar de Aveiro vai iniciar-se um teste de produção em aquacultura de salmão. "Talvez seja possível, vamos ver como o peixe se comporta", declarou Pedro Soares dos Santos, presidente do grupo Jerónimo Martins, na conferência de imprensa de apresentação de resultados.
Se tudo correr bem dentro de dois anos o Pingo Doce poderá ter salmão Made in Portugal nas suas lojas. Será em Aveiro que irá nascer este projecto que pretende trazer toda a experiência da Noruega para o nosso país no que respeita à produção de Salmão em aquacultura. As douradas já começam a ter o selo nacional, a produção é feita na Madeira irá duplicar de 500 para 1000 toneladas por ano. Os robalos vêm de Sines e estão quase a chegar às lojas.