Porque as frutas e legumes de Origem Portuguesa não chegam às prateleiras dos supermercados?
Como noticiamos recentemente no "Produção Nacional Faz Bem", Portugal pode tornar-se autossuficiente em termos alimentares já em 2020, ou seja, deixa de depender do exterior para se alimentar. Referimos nesse artigo que o país está a aumentar a área agricola nos mais variados produtos, mas o que acontece é que nas prateleiras dos supermercados os consumidores não têm essa percepção, pois os produtos nem sequer chegam ao nosso mercado.
O levantamento envolveu a realização de 94 inquêritos em superfícies comerciais de 24 municípios de Portugal Continental e Madeira, sobre a origem dos produtos, constatou-se que cerca de 65% dos hortícolas e apenas 50% dos frutos são de produção nacional. Apesar de reconhecer no caso dos hortícolas existe um esforço de incentivo, a Zero considera que ainda há muito a fazer para favorecer a produção nacional, nomeadamente ao nível de produtos como o tomate, pimento, curgete, cebola e batata, em que menos de 50% tem origem portuguesa. Dos 19 produtos hortícolas analisados, sete são totalmente produzidos em Portugal, nomeadamente a acelga, coentros, fava, grelos, nabiça, nabo e rabanete.
No que respeita às das frutas, o cenário encontrado está muito longe do desejável, pois apenas duas das 13 frutas analisadas eram totalmente de produção nacional, os morangos e amoras. De ressalvar que os Morangos nesta época do ano são 100% nacionais, mas que Portugal importa muita quantidade deste fruto na Primavera, altura de pico de produção na Europa e quando existe maior consumo do fruto no nosso país, Espanha é o principal fornecedor.
As produções insulares de ananás, nos Açores, e de banana, na Madeira, não têm a preferência das distribuidoras que operam em território nacional, com o Ananás dos Açores a representar 25% e a Banana da Madeira 27%, de referir que a Banana da Madeira tem pico de produção nos meses de Verão.